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Chega - Acordar nunca foi tão desagradável.

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Mentir a nós próprios já não dá.  O partido Chega existe, cresce e ocupa uma espaço que ninguém quis ocupar. Há quem vote por convicção, por protesto, e quem esteja ali no meio: a pensar fazê-lo, mas com a sensação de que ainda não pode dizer isso em voz alta.  Escrevo para este último grupo. Se nunca ponderaste votar no Chega, este texto não é para ti. A sério. Porque ao debate político em Portugal juntaram-se duas equipas: os que vêem o Chega como a solução, e os que o vêem como um incêndio. Mas há um terceiro grupo, silencioso, mais interessante, e muito maior do que se admite: os que dizem "nunca" em público, mas à noite fazem contas de cabeça. Goste-se ou não, tornou-se uma variável que já não dá para ignorar na equação política portuguesa. Vou mais longe, na equação das nossas vidas.  Sim, porque a política é já por si, um chavão que cria anticorpos a muita gente. Alguém capaz de quebrar esta barreira psicológica e que centre as atenções na importância de decisões c...

Reconhecimento

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Estamos quase a fazer 3 anos desde que decretaram um dos maiores logros da história da humanidade. Anos em que predominou o medo, a perseguição, a censura.  - Provou-se a irrelevância dos açaimes; - A imbecilidade na ausência de contacto com quem mais gostamos; - A inutilidade das substâncias duvidosas, e em muitos casos fatais; - O stock do reforço que ninguém lhes pega; - A criação de apartheids; - Viraram-nos uns contra os outros; - Descriminaram-nos; - Abusaram do poder que lhes conferimos, prendendo-nos na nossa própria casa enquanto libertavam criminosos. Aos poucos, surge uma nova doença: o pensamento crítico. Questionámos, reagimos, gritámos e manifestámo-nos. Cada dia que passa é uma pequena vitória na mudança do paradigma, e migalha a migalha, devolvem-nos o que nunca devíamos ter prescindido. Quando obedecíamos, erámos responsáveis. Quando os desafiávamos, também. Nunca se lavou tanto as mãos. O facto é que tinham razão.  Ficou tudo bem.  Ficou a aparente perce...

O embuste das alterações climáticas

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  É sexta-feira à noite. Mais uma longa semana que finalmente acabou. Vais jantar fora com a tua mulher, beber um copo com os amigos, visitar a amante. Enfim, o habitual. Contudo, e como quase tudo na vida, quando chega ao fim, esperam sempre que um gajo pague, é uma chatice.  Não odeiam quando vão a um restaurante cujo preçário da carta já vos deixa mal dispostos e ainda nem sequer pagaram e muito menos comeram, e como se isso não bastasse, ainda vão  embora com a sensação que não só foram roubados, como a comida era uma valente merda? Se sim, sabes então a sensação do embuste que são as alterações climáticas. Antes que mudes já de página, fica por cá e dá uma oportunidade ao que aí vem.  Prometo que não morre nenhum golfinho entalado numa máscara cirúrgica. Não me interpretem mal, não nego que existam alterações climáticas. Aliás, seria no mínimo falta de bom senso admitir e esperar que um ecossistema tão vivo como o nosso, fosse permanentemente estáti...

RIP - Pensamento Crítico

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Não sei se é novidade para alguém, mas tenho assistido a um cavalgar crescente de supressão de direitos. Sinto por isso, e mais que nunca, a necessidade de apelar ao pensamento crítico de cada um. Manifestando inquietação, para não dizer mesmo frustração, quanto aos múltiplos condicionamentos injustificados, proibições ridículas dignas de um filme de época fascina, enfim, quanto aquilo que se já pode chamar de recordação de liberdade em geral. Mas véus têm-se levantado aos poucos, máscaras caiem, e à vista de todos o assunto já começa a ser falado e debatido cada vez mais. E no fundo, só isso já é o suficiente para o início de mudança de paradigma. E no entanto, assistimos a que os mesmos autores desta supressão de diretos, são os mesmos com mais de intenção de renovação de reinado. E isto fascina-me, ainda que negativamente. Se alguma vez alguém me vendesse a ideia de um reality show envolvendo milhares de milhões de pessoas numa experiência social, não só acharia interessante, como...

Ervas Daninhas da modernidade: Publicidade no vidro do carro

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  Sabem quando chegamos ao carro e temos um acesso de raiva instantâneo? Se não foi a EMEL do sítio a passar-nos uma multa, o mais certo é ser um flyer de publicidade preso no limpa pára-brisas.  Das inúmeras hipóteses de temáticas que podem estar nestes papéis, h oje, vamos focar-nos numa em particular: COMPRAMOS O SEU CARRO Desde quando é que isto se tornou uma moda / hábito?  Qual foi o ponto de viragem na história do ser humano? A verdade é que não há informação sobre este tema que me permita chegar a uma conclusão, logo decidi meter mãos à obra e ser eu a dar o primeiro passo com esta tese académica baseado em factos da minha cabeça. Para mim, isto já se tornou tão frequente quanto as chamadas de telemarketing clandestino. Sabem, aqueles números aleatórios que estamos fartos de dizer aos operadores que já pedimos por diversas vezes não estarmos interessados e que eles "sim senhor, vão deixar essa indicação no sistema"?  Podemos amachucá-los, deitá-los ao ch...

A burguesia do teletrabalho

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Sinto-me enganado. Com o passar da idade, comecei genuinamente a convencer-me que após já ter visto de tudo um pouco, "já mais nada me podia surpreender".   Eis que aparece a Susana Peralta para provar o contrário com esta verdadeira posta de pescada : "Houve uma parte substancial das pessoas em Portugal que não perderam rendimentos, toda a burguesia do teletrabalho , todas as pessoas do setor dos serviços que, aliás, são as pessoas mais bem pagas, o que também me inclui a mim. Esta crise poupou muito as pessoas que trabalham neste setor e são as pessoas com mais escolaridade. Podia-se perfeitamente ter lançado um imposto extraordinário sobre essas pessoas para dividirmos o custo desta crise." Eu não sei quanto a vocês, mas quando esta pessoa decidiu mandar para o ar a expressão " burguesia do teletrabalho ", a minha mente não perdeu tempo e comprou* logo o primeiro voo disponível no Momondo da Idade Média para ver com os meus próprios olhos se ficou algum...

Sobre os Velhotes Digitais e como chegámos ao ano 2020.1

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Se há estudos em que acredito, são os que dizem que os utilizadores mais activos das redes sociais são os velhotes. E por velhotes entenda-se 40 anos para cima. Ignoremos a temática de associação de rótulos a idades de uma forma pejorativa, e passemos a olhar à nossa volta ligando os nossos gadgets para conferir a veracidade destes estudos. Toda gente tem conta numa rede social qualquer.  Aliás, a internet é em si uma rede social, não interessa de que plataforma desta obtemos o conteúdo. Podem (dizer) não usar - e isto é uma área mais cinzenta que o fundo de um cinzeiro - mas vão lá nem que seja uma vez por ano. Ora se isto não se trata duma fidelização num ginásio ou duma assinatura da revista DECO que às vezes até dá jeito, uma vez por ano, quando mandam o guia fiscal para ajudar a preencher o IRS, a  pessoa vai e sai quando e onde quer - excepto os chineses claro. Podemos agradecer ao cada vez mais facilitado e crescente acesso às redes a grande diversidade de utilizadores...

O guitarrista indesejado

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Há muitos tipos de pessoas indesejadas. De bebés a idosos, a pessoas que ouvem música numa coluna sem fios em locais públicos. A lista continua. No entanto, toda gente tem aquele indivíduo do grupo de amigos que traz sempre consigo uma guitarra. Este indivíduo não só tem uma guitarra, como faz questão de a transportar com ele sempre que pode, e especialmente quando não dá jeito. Aliás, um bom guitarrista indesejado que se preze acabou de ler esta frase e não discerniu qualquer diferença entre ambas as situações, nem tão pouco a identificou como distintas. Baby baby baby Oooh... Normalmente costuma-se guardar uns lenços de papel no porta-luvas do carro, não vá haver uma emergência pelo caminho e termos que limpar o cu com a mão.  Não o guitarrista indesejado. O guitarrista indesejado anda sempre com a sacola da guitarra na bagageira, não vá haver um evento social de pequena escala que - na opinião dele - precise de música ambiente. Este entende estes momentos como a oportunidade per...

"A SIC Notícias fez história" - Bob Marley volta dos mortos para apresentar o Telejornal

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  Que glorioso 2020. Ainda Setembro não terminou e eis que somos brindados com a notícia de que um escurinho ( props para a Cinha ) com rastas a apresentar um telejornal, é notícia. Já não nos basta o ano estar a ser o que é, e ainda nos brindam com esta . Em primeiro lugar acho mal todo o mediatismo, até porque rouba todo o thunder à nossa nova estrela, Filipa dos Comboios. A concorrência? O profissional Cláudio França. Este senhor dá mais uma oportunidade aos defensores dos coitadinhos para se fazerem ouvir e caçar likes. Sou da opinião em que vivemos num tempo muito estranho em que as pessoas se masturbam publicamente nas redes sociais acerca do quão boas pessoas elas querem mostrar que são. Não sei se é por pertencer ao grupo daqueles que insistem no acordo pré-ortográfico - gente louca portanto -, mas a minha forma de ver as coisas costuma ser mal vista aos olhos de muita gente. Se eu fosse preto, era sucesso garantido. #raininglikes Este síndrome George Floyd / Rodrigo Gued...

RIP Influencer

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Não, não estamos em 2019. Mas voltemos a essa época dourada em que o COVID não era tema. "Ué, cadê você influencer ?" questiona-se o meu polegar enquanto faz scroll no instagrã. Numa primeira análise, ser influencer parece um sonho para muitos: passar a maior parte do tempo no telemóvel e ganhar dinheiro com isso? Pff.. sign me in. Mas não, ser influencer nos tempos que correm deve estar a ser um pesadelo, pior, uma crise de identidade profissional. Pergunto-me se influencer é já uma profissão reconhecida nas Finanças: é preciso abrir actividade para exercer o cargo, ou é tudo por baixo da mesa? Não vejo ninguém a colocar estas questões, e isso preocupa-me. Pior ainda, ninguém a responder. Parece-me injusto que, num momento em que o consumo de conteúdos multimédia disparou em alta,  estes profissionais não possam tirar partido dele. Há muita gente que não entende o sucesso do TikTok, contudo a mim parece-me bastante óbvia tal traição. A fórmula Instagram e...