RIP - Pensamento Crítico
Não sei se é novidade para alguém, mas tenho assistido a um cavalgar crescente de supressão de direitos.
Sinto por isso, e mais que nunca, a necessidade de apelar ao pensamento crítico de cada um.
Manifestando inquietação, para não dizer mesmo frustração, quanto aos múltiplos condicionamentos injustificados, proibições ridículas dignas de um filme de época fascina, enfim, quanto aquilo que se já pode chamar de recordação de liberdade em geral.
Mas véus têm-se levantado aos poucos, máscaras caiem, e à vista de todos o assunto já começa a ser falado e debatido cada vez mais. E no fundo, só isso já é o suficiente para o início de mudança de paradigma.
E no entanto, assistimos a que os mesmos autores desta supressão de diretos, são os mesmos com mais de intenção de renovação de reinado. E isto fascina-me, ainda que negativamente.
Se alguma vez alguém me vendesse a ideia de um reality show envolvendo milhares de milhões de pessoas numa experiência social, não só acharia interessante, como utópico. Dificilmente acreditaria na premissa de que era possível medir o quoeficiente de inteligência a uma escala global, logo jamais me ocorreria uma experiência como aquela que vivemos.
A fim de contextualizar, admito que, de início, fui um assumido ávido consumidor de todo conteúdo disponível relacionado com esta situação histórica. Não que fosse propriamente um acontecimento fácil de pôr de lado, nos primeiros tempos assim foi, o sentimento de medo contagiante, instalou-se em mim e dos que me rodeavam.
Tenho para mim que de facto lidar com aparente apocalipse à minha volta foi uma tarefa muito mais fácil estando eu no conforto das minhas 4 paredes, principalmente quando sempre tive forma de as manter à minha volta / pagar por elas.
A situação manteve-se durante meses… até que começaram a surgir pontas soltas, incoerências atrás de incoerências, que inevitavelmente levaram o meu espírito crítico a inquietar-se.
“Há qualquer coisa aqui que não bate certo”.
À data que escrevo isto, a quantidade de informação e de tempo de reflexão que tenho - quando comparado ao que tinha no início disto tudo - é exponencialmente incomparávelmente normal.
Quando olho para trás não consigo identificar um idiota, mas sim um conformado com os factos que tinha à disposição, logo vítima racional e emocionalmente válida.
Hoje, a conformidade persiste, mas com uma nova estirpe. Conformado, sim, mas em como me estão a querer passar - literalmente - um certificado de estupidez, o qual me vi coagido em adquirir.
“Se não os podes vencer, junta-te a eles”
A reflexão que faço é que esta história tomou as proporções conhecidas por um simples motivo: agenda.
Desenganem-se os ainda sucumbidos ao medo de uma suposta calamidade de saúde pública, pois já existe toda uma panóplia de informação mais que suficiente a confirmar isso mesmo (ou a ausência disso mesmo), longe de opiniões e achismos - como o meu.
Para além da verdadeira calamidade de saúde pública - calamidade essa que resultará de uma criminosa negligência premeditada e/ou altamente incompetente política - que certamente está para vir nos próximos anos, abriu portas para a divisão. A divisão de ideologias cada vez mais extremas, todos por excesso de informação contrária, sem lugar ao debate, sem lugar à conversa.
Numa escala adaptada à nossa vida pessoal, como é que acabamos por resolver os nossos problemas quando estes implicam outros?
Através do debate de ideias, de compromissos, e em última instância, de equilíbrio, de um acordo comum.
E as entidades e grupos que têm (ou deveriam ter) essa responsabilidade de facultar os meios e múltiplas oportunidades para promover essa mesma discussão, escolhem o abuso de poder que a ignorância e o medo lhes deu.
Cabe-nos a todos promover mais discussões como esta, independentemente do “lado” que aparentemente estamos.
Promover o pensamento crítico.
Comentários
Enviar um comentário
Hater-friendly